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28/04/2020

Grávidas e mulheres puerpérias fazem parte do grupo de risco do Coronavírus

A OMS explica que gestantes não são mais propensas à doença, mas têm mais chances de complicações para outras doenças respiratórias.

Sobre os aspectos obstétricos da infecção COVID-19 é importante destacar que por ser uma doença de aparecimento recente, não há conhecimento específico definitivo sobre o assunto. Em decorrência disto, várias orientações derivam da analogia com infecções causadas por outros vírus (SARS- CoV, MERS-CoV e H1N1) e tudo que existir de evidências hoje estará sujeito a modificações a partir da geração de novos conhecimentos.

Foi exatamente por essa analogia de fator de risco com outras infecções virais que, recentemente, o Ministério da Saúde acrescentou ao grupo de risco para o COVID-19: Gestantes e Puérperas.  Desta forma, os cuidados com as gestantes e com as puérperas devem ser rigorosos e contínuos, independente do histórico clínico das pacientes. Elas devem dobrar a atenção durante esse período de pandemia, já que a doença é uma infecção nova e sem conhecimento. 

Distanciamento social e medidas de higiene são essenciais. Além disso, mulheres que deram à luz recentemente devem restringir as visitas aos bebês para sua própria proteção e também para proteção do recém-nascido. Também é recomendável a higienização das mãos pela mãe antes e após os cuidados com o bebê.


E como ficam os cuidados durante a pandemia?

A assistência pré natal não pode parar! Podendo ser realizado e avaliado o espaçamento de consultas, devendo ser realizada avaliação caso a caso pelo obstetra que faz seguimento.

É adequado o uso de máscara pela equipe de atendimento e pela gestante se disponível (podendo ser feito uso de máscaras caseiras). 
A gestante deve se manter alerta durante toda a gravidez: evitar aglomerações, contato com pessoas febris e com pessoas apresentando manifestações de infecção respiratória, manter constante cuidados de higiene e precauções como já descrito previamente. 
Outra infecção não pode ser esquecida, sendo essencial estimular a vacinação contra o H1N1 em gestantes.


E na hora do parto?

A via vaginal continua tendo as mesmas vantagens prévias e sendo a via de escolha. A indicação cirúrgica devido a infecção pelo Coronavírus está reservada para situações mais graves de saúde e sua indicação deverá ser feita pela avaliação criteriosa do obstetra que está conduzindo o caso.


E para amamentar?

Até o momento, mesmo para pacientes sintomáticas a amamentação está sendo permitida e liberada, caso a paciente tenha condições clínicas e deseje amamentar, sendo essencial redobrar os cuidados e seguir as orientações de uso de máscara e higienização frequente das mãos antes e após amamentação, assim como antes e depois dos cuidados com o recém-nascido. Aceitar ajuda de outras pessoas sem sintomas, nessa fase, para os cuidados adequados e proteção do recém-nascido é essencial.


Saiba mais sobre o coronavírus

Em dezembro de 2019 a cidade de Wuhan, situada na região central da China registrou os primeiros casos de pacientes acometidos por infecção respiratória grave causada por um novo Coronavírus, atualmente denominado pela sigla SARS-CoV-2. Posteriormente, foi denominada a “doença” causada por este vírus como Coronavirus Disease2019 (COVID-19). A rapidez do crescimento global do número de casos dessa infecção foi o que levou a tamanha preocupação e empenho de diversas entidades, levando a Organização Mundial de Saúde a reconhecê-la como pandemia em Março de 2020.

O quadro clínico da COVID-19 é bastante variável, podendo ser desde assintomático até sintomas leves semelhantes a um resfriado comum (tosse, coriza, febre), moderados a graves (com dispneia progressiva, necessidade de internação, uso de leito de UTI e ventilação mecânica).

O período de incubação do SARS-CoV-2 para a infecção entre humanos varia de 2 a 14 dias, e por isso este tem sido o padrão de orientação sobre o período de quarentena na maioria das situações onde esta estratégia foi ou está sendo instituída ( para paciente sintomáticos ou contactantes de sintomáticos).

A forma de disseminação mais efetiva do vírus é por meio de secreções e excreções respiratórias veiculadas direta ou indiretamente por: espirro, tosse, contato pessoal direto ou próximo com pessoa infectada (< 1-2 metros em sala fechada, sem equipamento de segurança), colocar objeto contaminado à boca, olhos ou nariz, levar a mão à boca antes de higienização adequada principalmente após cumprimentar pessoas infectadas ou tocar em superfícies ou objetos contaminados.

 Precauções para evitar infecção (para todos os grupos):
- Evitar contato próximo com pessoas apresentando infecções respiratórias agudas; 
- Lavar frequentemente as mãos (pelo menos 20 segundos), especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente e antes de se alimentar. Se não tiver água e sabão, use álcool em gel 70%, caso as mãos não tenham sujeira visível;
- Evitar tocar olhos, nariz e boca sem higienizar as mãos; 
- Higienizar as mãos após tossir ou espirrar; 
- Usar lenço descartável para higiene nasal; 
- Cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir (etiqueta respiratória); 
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas; 
- Manter os ambientes bem ventilados; 
- Uso de máscaras quando necessitar sair de casa (podendo ser feito uso de máscaras caseiras de tecido); 

Texto produzido por:
Dra. Raissa Jardelino Eloi CRM: 186808/SP
Dra. Marcella Zanzarini Sanson CRM: 175.988/SP

Fonte: Informativos FEBRASGO (Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia) e Ministério da Saúde.